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Horticultura Terapêutica na Escola: educação, natureza e saúde mental

Nos últimos anos, professores e famílias têm testemunhado um número crescente de adolescentes enfrentando transtornos de saúde mental, como Transtorno de Déficit de Atenção e Hiperatividade (TDAH), Transtorno do Espectro Autista (TEA), depressão e ansiedade. Essas condições afetam diretamente o desempenho escolar, a interação social e o bem-estar geral dos estudantes.

Atenta a essa realidade, a pedagoga Elbânia Pereira de Cerqueira Medeiros, assistente administrativa educacional do Estado de Pernambuco, desenvolveu uma iniciativa inovadora: o projeto Horticultura Terapêutica na Escola: Cultivando a Saúde Mental com Plantas Alimentícias, Medicinais e Ornamentais.

A iniciativa vai começar em uma escola pública estadual de Gravatá, no agreste de Pernambuco. O Instituto Terra Viva do Brasil apoia este projeto, que apresentamos a seguir e você pode conhecer em detalhes fazendo download do PDF. Contamos com sua contribuição para torná-lo realidade. Se puder apoiar com insumos, conhecimento técnico ou doações, entre em contato.

Um jardim que cultiva bem-estar

A ideia central do projeto é implantar hortas terapêuticas nas escolas, integrando plantas alimentícias, medicinais e ornamentais ao ambiente educacional. Mais do que espaços verdes, essas hortas são pensadas como salas de aula vivas e espaços de cuidado.

O objetivo geral é “complementar o cuidado com estudantes com transtornos físicos e mentais leves a moderados, com o intuito de melhorar a saúde física, mental e emocional dos mesmos, consequentemente, aumentar a qualidade de vida e o rendimento escolar”.

Já os objetivos específicos do projeto são:

  • Proporcionar aos jovens momentos de conexão com a natureza como forma de cuidado integral;
  • Estimular o uso de plantas alimentícias, medicinais, ornamentais e em extinção, como instrumentos de cuidado, autonomia e relaxamento;
  • Desenvolver práticas de educação ambiental e saúde mental integradas;
  • Usar os produtos alimentícios produzidos para complementar a merenda escolar.
  • Conscientizar a conservação e restauração do meio ambiente.

Implementação e expansão

O projeto foi estruturado para crescer passo a passo:

  • Primeiro ano: realização de um piloto em uma escola pública estadual de Gravatá (Pernambuco), de preferência com terreno ocioso.
  • Segundo ano: os estudantes da escola piloto serão incentivados a compartilhar o conhecimento adquirido com suas famílias e comunidades. Paralelamente, terá início a replicação em outras escolas estaduais do município.
  • Terceiro ano: expansão para escolas estaduais de outras cidades.
  • Quarto ano: compartilhamento da experiência com escolas municipais interessadas.
  • Quinto ano: continuidade das atividades, análise dos resultados e desafios, e desenvolvimento de uma nova etapa do projeto.

O modelo aposta não apenas na transmissão de conhecimento, mas também na multiplicação dele. Os estudantes tornam-se agentes de transformação em suas famílias e bairros, garantindo que os benefícios do projeto ultrapassem os muros da escola.

Por que horticultura terapêutica?

Evidências científicas comprovam que o contato direto com a natureza, especialmente através do cultivo de hortas, pode trazer benefícios importantes para a saúde mental. Pesquisas mostram que o cultivo reduz o estresse, melhora o humor e aumenta a autoestima, e que micro-organismos presentes no solo estimulam a liberação de serotonina, funcionando como um antidepressivo natural.

Além disso, atividades de jardinagem ajudam a melhorar atenção, memória e funções executivas, que são aspectos fundamentais para estudantes com TDAH e TEA. O cuidado com as plantas também promove atenção plena, socialização e desenvolvimento de habilidades emocionais e motoras, entre outros benefícios.

Elbânia Medeiros também afirma que “O ambiente da horta favorece a aprendizagem ativa e interdisciplinar (biologia, matemática, geografia, química, artes, física, entre outras). A pedagogia de Paulo Freire e a abordagem construtivista defendem práticas educativas integradas ao cotidiano, onde o conhecimento emerge da relação com a natureza e com a comunidade”.

Uma visão mais ampla

Mais do que resultados imediatos, o projeto traduz uma visão holística da educação. Como afirma a pedagoga Dulce Sampaio, citada por Medeiros em sua proposta, “A educação não pode restringir-se a treinamentos ou apenas informações. É necessário repensá-la e fazê-la servir à vida, à realização humana, social e ambiental”.

A horticultura terapêutica, nesse sentido, se apresenta como caminho para promover inclusão, responsabilidade social e consciência ambiental, ao mesmo tempo em que responde a um dos maiores desafios da atualidade: a saúde mental dos jovens.

Com hortas terapêuticas, as escolas podem se tornar espaços onde os alunos não apenas aprendem, mas florescem.

Acesse o projeto completo e colabore

A versão integral do projeto, com fundamentação científica, referências e orçamento detalhado, está disponível para download aqui.

Deseja contribuir com ideias ou insumos? Entre em contato conosco por e-mail: [email protected]

Caso deseje fazer uma doação para este projeto, faça sua transferência para a conta do INSTITUTO TERRA VIVA DO BRASIL:

  • Instituição: BCO DO BRASIL S.A.
  • Agência: 1850
  • Conta corrente: 32147-8

Se preferir, seguem os dados para doações internacionais:

Código Swift: BRASBRRJSBO
Código Iban: BR23000000000018500000321478C1